terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Breve Tratado de Carolina

Respondendo a um post muuuuito antigo... e com muitas saudades da minha amiga Carol :)
Beijos galera, e boa semana!!!



Breve Tratado de Carolina
autor: Príncipe Encantado da Letras (rsrsrs)

1) Da questão

Quando os bárbaros saírem de férias,
alguém fortuito e de inóspitas pegadas
descobrirá no fundo do mundo alguém de face carolina
que lembrará o terrror
que a solidão e a ausência cisma em vingar,
no ramo que brota em meio ao concreto dos dias infames,
os dessonhos que a tua distância perpetua.

É que o seu tempo, espaço
e a tua existência
produziu versos que você nem imagina:
retrizes pontiagudas,
atalhos de trânsito difícil,
pisadas continuadas,
batalhas travadas em campos extensos,
flores róseas com fundos violáceos,
triunfos vulneráveis
e sentimentos arrastados e desagregados
formando a colina que leva o seu nome.
Onde alguem fortuito e de inóspitas pegadas
desejará ao fundo... e muito.

2) Dos genes e da Química

O centro do fuso
- fenômeno geral das células -
dirigiu outras guerras sem dispersar suas tropas.
Frênica, você desarma a todas
como um derrame no córtex
das circonvulações prefrontais,
exigindo essa explicação genética
dos pormenores, do desejo
do ato que nasceu para os seus versos
e que você deve autenticar com um beijo na boca
- essa substância fluorescente
que muitas vezes preciso remover
por meio de um verso de extração apropriado.
Flamma, luz de um incêndio,
possessão de prismas que determinam as cores
recolhidas em vasos especiais,
devorando-me como solução sulfúrica,
atuando sobre mim todo o teu ciclo
e todas as tuas formas de permanência
operando o sonho da metamorfose:
homotética, correspondida.

3) Da Alma

Se eu morresse em você,
em sentido amplo,
ligaria-me a uma asserção, sem possibilidade de dúvida.
Mas teu espelho se diverte
quando aos olhos comunica
a tradução do eterno,
as correrpondências selvagens,
e as transformações mais profundas
que ocasionaram as diferenças fundamentais:
o homem que ingere o veneno de adorar-te,
à guisa de amuleto,
contra todas as doenças do mundo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Eu fui!!!!




The Police lava a alma da geração 80

Banda bate um bolão em histórico show no Maracanã

Rio de Janeiro - O estádio de futebol mais famoso do mundo é, tradicionalmente, a casa do Flamengo e da sua imensa e apaixonada torcida rubro-negra. Anteontem, às 23h15, nos momentos finais do show do The Police, boa parte da galera presente no Maracanã chegou a entoar o coro “Mengoooo” (rsrsrs), mas a noite era mesmo da banda inglesa que voltava ao Brasil depois de 25 anos.

Um dos grupos mais influentes da história do rock e que havia acabado (não oficialmente) há 23 anos, The Police regressou à estrada para comemorar três décadas de carreira. A turnê, que começou em maio, no Canadá, foi eleita a melhor e mais lucrativa do ano pela revista Billboard: até 30/09, a banda tinha arrecadado US$171 milhões em 53 shows vistos por mais de 1,5 milhão de pessoas.

Mas Sting, 56 (vocal, baixo), Andy Summers, 64 (guitarra) e Stewart Coppeland, 55 (bateria), retomaram o grupo também para fazer um acerto de contas com seus próprios demônios e com sua geração. Poucos acreditavam que o trio regressaria um dia, devido às tensões que marcaram o seu convívio. Por via das dúvidas, hoje cada um deles tem seu próprio camarim e eles só se encontram na hora de subir ao palco.

Às 21h30, quando as luzes do Maracanã se apagaram e o ótimo sistema de som inundou o ambiente com a voz de Bob Marley cantando Get up stand up, foi dada a senha para os representantes de uma geração de brasileiros (e muita gente que ainda não era nascida nos anos 80) iniciarem a sua festa. Na primeira música do show de duas horas, Message in a bottle, o The Police já tinha o receptivo público nas mãos.

Na terceira canção, Walking on the moon, Sting – bonito, malhado e com a voz ainda capaz de segurar agudos – aumentou a empatia ao falar em português: “Que saudade do Brasil! Vocês querem cantar comigo?”. Apresentações de bandas com mais de 25 de carreira têm um grande apelo sentimental. A maioria dos fãs, claro, está ali para lembrar canções que embalaram a sua juventude, amores, loucuras.

Mesmo aqueles que, já maduros, continuam gostando de descobrir novos grupos, não vão ver Police ou U2 esperando encontrar a urgência juvenil de um Arctic Monkeys ou uma tradução rocker mais moderna como Strokes. Pessoas que pensam assim e também não se contentam em perdoar possíveis roqueiros decadentes, só porque eles foram importantes em sua juventude, esperam encontrar competência e um som atemporal nessas bandas veteranas.

O reggae de branco feito pelo Police não tem mais (e nem poderia) a energia pós-punk do início da virada dos anos 70/80, mas ainda transmite doses cavalares de carisma, habilidade e hits que desafiam o tempo. E mais: um power trio (guitarra, baixo e bateria) tem que ter muito culhão para preencher com potência a grandiosidade que se espera de um show em estádio. E isso os tios Sting, Andy e Coppeland têm, com o espetáculo de ótimo e enxuto aparato tecnológico, onde se destacam seis telões de alta definição.

Sting parece buscar o sentimento dos velhos tempos ao empunhar o mesmo baixo que ele tocava quando o The Police era a banda número 1 do rock mundial (entre 1979 e 1983): um Fender 55, hoje todo descascado, com as marcas do tempo. Um sentimento comungado pela multidão que cantou Walking in your footsteps, De do do do de da da da, Can’t stand losing you, Roxanne e So lonely a plenos pulmões.

Paralamas – O clima de revival dos anos 80 na noite de sábado foi aberto em alta velocidade, às 20h, com Os Paralamas do Sucesso tocando Vital e sua moto, um hit do início da carreira, justamente quando o The Police era a grande inspiração para a banda.

O reforço do convidado especial Andreas Kisser do Sepultura, na guitarra, aumentou a veia roqueira dos Paralamas. Detalhe: no ska Óculos, Herbert Vianna inseriu um caco na letra e cantou: “Eu não nasci de rodas, eu não era assim...”. O público, como em outros recentes cacos feitos pelo vocalista em shows, aprovou o seu humor negro.

Os Paralamas estão lançando um DVD/CD com a histórica performance no Rock in Rio 1985 e, dia 26 de janeiro, na Marina da Glória, no Rio, gravam o DVD da turnê conjunta que fazem atualmente com os Titãs e cujo show foi mostrado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, no mês passado. O pulso dos tiozinhos do BRock ainda pulsa bem.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A mulher mais bonita do mundo

Tião Carvalho

A mulher mais bonita do mundo me convidou pra sair
A mulher mais bonita do mundo me convidou pra entrar
A mulher mais bonita do mundo me convidou pra subir
A mulher mais bonita do mundo me convidou pra ficar.

Êxtase, êxtase total
Vou embandeirar toda minha rua
A lua iluminou todo meu quintal.


sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Muito Romântico



Não tenho nada com isso, nem vem falar
Eu não consigo entender sua lógica
Minha palavra cantada pode espantar
E a seus ouvidos parecer exótica

Mas acontece que eu não posso me deixar
Levar por um papo que já não deu, não deu
Acho que nada ficou pra guardar ou lembrar
Do muito pouco que houve entre você e eu

Nenhuma força irá me fazer calar
Faço no tempo soar minha sílaba
Canto somente o que se pede pra cantar
Sou o que soa, eu não vou me mudar

Tudo que eu quero é um acorde perfeito, maior
Com todo mundo podendo brilhar num cântico
Canto somente o que não pode mais se calar
Em outras palavras, sou muito romântico...